Matriz de Competências

RESOLUÇÃO Nº 11 DE 8 DE ABRIL DE 2019, vigente a partir de 01 de março de 2020.

OBJETIVOS GERAIS 

Formar e habilitar médicos na área da Anestesiologia a adquirir as competências necessárias a realizar anestesia aos diversos procedimentos diagnósticos, terapêuticos e cirúrgicos. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

1. Realizar avaliação pré-anestésica do paciente que será submetido a anestesia e/ou analgesia, utilizando o domínio dos conteúdos das informações gerais, exame clínico do paciente e interpretação dos exames complementares. 

2. Indicar exames à realização do procedimento anestésico-cirúrgico. 

3. Contribuir no preparo pré-operatório dos pacientes com a finalidade de diminuir o risco operatório. 

4. Estratificar o risco anestésico-cirúrgico e decidir sobre a possibilidade de realização da anestesia. 

5. Dominar as técnicas anestésicas e suas variantes específicas. 

6. Dominar e aplicar os conhecimentos da anatomia, fisiologia e farmacologia dos diversos órgãos e sistemas. 

7. Realizar a anestesia com segurança em todas as suas etapas. 

8. Identificar e tratar as complicações clínicas durante o intra e pós-operatório. 

9. Produzir um artigo científico. 

10.Executar tarefas crescentes em complexidade durante as anestesias, incorporando novas habilidades psicomotoras progressivamente no treinamento. 

Competências por ano de treinamento 

Primeiro ano – R1 

  1. Proporcionar conhecimento teórico-prático com os fundamentos da anestesiologia. Desenvolver competências com habilidades técnicas para realização de intubação 
  2. orotraqueal, venóclise periférica e central, anestesia do neuroeixo entre outras, sob supervisão. Avaliar as condições clínicas do paciente antes do ato anestésico e decidir pela melhor estratégia a ser adotada. 
  3. Os casos mais recomendados para o residente do primeiro ano são cirurgias eletivas com avaliação pré-anestésica para cirurgias de pequeno ou médio porte. 

Competências ao término do primeiro ano

1- Reunir na avaliação pré-anestésica informações acuradas e essenciais sobre o paciente e suas queixas, bem como o exame físico completo, geral e específico. 

2. Reconhecer e interpretar a avaliação da via aérea difícil e manuseá-la com segurança, obedecendo aos protocolos referendados. 

3. Interpretar a anatomia vascular e realizar venóclises: periférica e central. 

4. Avaliar e realizar anestesias com abordagem no neuroeixo. 

5. Instalar e interpretar a monitorização básica, bem como realizar o necessário para manutenção do equilíbrio clínico do paciente. 

6. Analisar e utilizar materiais, equipamentos e fármacos da prática da anestesia. 

7. Realizar as diferentes técnicas de anestesia geral. 

8. Usar marcapasso externo, assim como desfibrilador de pás externas para tratar arritmias indesejáveis durante a cirurgia. Realizar reanimação cardiorrespiratória. 

9. Identificar e tratar as causas de sangramento e de outras complicações anestésicas intra e pós operatório ( sala de recuperação pós anestésica). 

10. Dominar o tratamento das arritmias cardíacas mais prevalentes no intra-operatório e no pós-operatório imediato. 

11. Analisar as causas de infecção cirúrgica e preveni-las. 

12. Diagnosticar, avaliar e tratar os diversos tipos de choque. 

13. Identificar, avaliar e tratar insuficiência respiratória. 

14. Analisar as diversas formas de ventilação. 

15. Avaliar e realizar a intubação e extubação traqueal. 

16. Demonstrar cuidado, respeito na interação com os pacientes e familiares, respeitando valores culturais, crenças e religião dos pacientes. 

17. Aplicar os conceitos fundamentais da ética médica . 

18. Aplicar os aspectos médico-legais envolvidos no exercício da prática médica; 

19. Avaliar e realizar a intubação e extubação traqueal. 

Segundo ano – R2

Realizar a avaliação pré-anestésica e planejamento anestésico a cirurgias de médio e grande porte. Adquirir maior desenvolvimento dos procedimentos invasivos como punção arterial e acesso venoso central guiado por ultrassonografia ou não. Neste ano os conhecimentos sobre avaliação e tratamento da dor aguda serão mais explorados com abordagem, também, da analgesia controlada pelo paciente por vias sistêmica e epidural. Receberá maior enfoque para tratamento intensivo de pacientes cirúrgicos no ambiente da terapia intensiva e na sala de recuperação pós-anestésica. A habilidade na manipulação da via aérea deverá abranger preparo da via aérea com adequada anestesia regional e tópica e uso de dispositivos ópticos (videolaringoscópio, fibroscopia básica), além do completo domínio da manipulação de dispositivos supra glóticos. Nas atividades práticas o residente do segundo ano deve priorizar cirurgias de médio ou grande porte. 

Competências ao término do segundo ano

1. Avaliar e planejar a anestesia para cirurgia de médio e pequeno porte. 

2. Dominar as diversas técnicas de anestesia geral e bloqueio de neuroeixo. 

3. Demonstrar segurança na condução da anestesia mantendo-se atento aos detalhes e obedecendo aos princípios da boa prática. 

4. Dominar a montagem das bombas de infusão e as linhas de perfusão. 

5. Avaliar e dominar as técnicas de tratamento da dor aguda. 

6. Analisar, diagnosticar e tratar as complicações anestésicas intra-operatórias e pós-operatórias na sala de recuperação pós-anestésica. 

7. Dominar o uso do desfibrilador de pás para tratar arritmias e/ou parada cardíaca durante a cirurgia. 

8. Dominar o manuseio do aparelho de anestesia micro-processado. 

9. Dominar o manuseio dos monitores básicos e avançados. 

10. Avaliar a via aérea difícil e dominar o algoritmo de controle. 

11.Conduzir anestesias para re-intervenção por sangramento no pós-operatório, com e sem comprometimento hemodinâmico. 

12. Conduzir adequadamente o paciente para terapia intensiva. 

13. Avaliar e realizar bloqueios anestésicos e acessos vasculares guiados por ultrassonografia. 

Terceiro Ano – R3 

Ter visão global do paciente a ser submetido a procedimentos cirúrgicos, desde seu preparo, visando otimização prévia, até manejo intensivo pós-operatório, estratificando riscos dos diferentes órgãos e sistemas (risco pulmonar; risco renal, delirium, cardíaco e neurológico). Ter domínio no manejo das vias aéreas, reposição volêmica e transfusão de hemocomponentes, bem como adequada correção de coagulopatias. Realizar anestesia para cirurgias de grande porte como cirurgia cardíaca, transplantes em geral, principalmente o receptor do transplante hepático e anestesias para cirurgias pediátrica e obstétricas, bem como para procedimentos diagnósticos e terapêuticos fora do centro cirúrgico, incluindo os de alta complexidade, tais como a radiologia vascular. Realizar acesso vascular central e bloqueios periféricos guiados pela ultrassonografia. Ter adequado comportamento tanto assistencial, no cuidado do paciente como na relação com colegas e assistentes. 

Desenvolver compromisso com sua formação, tanto teórica, quanto prática e científica, com a entrega no período adequado do trabalho de conclusão de curso. 

Competências ao término do terceiro ano

1. Dominar a avaliação pré-anestésica, com orientações ao paciente e elaboração do relatório final do atendimento. 

2. Comunicar-se efetivamente com médicos, outros profissionais de saúde e serviços de saúde relacionados, notadamente com o cirurgião durante ato operatório quanto às variações dos parâmetros fisiológicos capazes de interferir desfavoravelmente no resultado imediato da anestesia ou da cirurgia. 

3. Avaliar e dominar os diversos tipos de técnicas anestésicas. 

4. Dominar a indicação da técnica anestésica e conduzi-la operacionalizando de forma racional com os recursos disponíveis. 

5. Dominar o uso de todos os aparelhos e monitores utilizados na anestesia. 

6. Dominar a escolha de fármacos anestésicos, os adjuvantes e outros de uso na anestesia. 

7. Julgar o uso dos instrumentos de manipulação da via aérea. 

8. Escolher a melhor analgesia intra e pós-operatória. 

9. Julgar e otimizar a hemodinâmica pré-operatória do paciente com cristalóides, colóides ou transfusão sanguínea/autotransfusão, observando as medidas dos parâmetros fisiológicos e o comportamento cardiovascular. 

10. Avaliar arritmias pelo ECG, instituindo o tratamento. 

11. Avaliar as vantagens e desvantagens de cada técnica anestésica utilizada. 

12. Decidir, durante a anestesia, a necessidade de aplicar variantes técnicas aceitas cientificamente, no intuito de resolver dificuldades inesperadas. 

13. Avaliar, planejar e executar os passos de um determinado procedimento de forma sequencial e organizada. 

14. Comunicar-se de forma clara e objetiva com cada componente da equipe para obtenção de melhores desfechos. 

15. Avaliar e tratar as complicações mais frequentes da anestesia. 

16. Tomar decisões sob condições adversas, com controle emocional e equilíbrio, aplicando liderança para minimizar eventuais complicações, mantendo consciência de suas limitações; 

17. Produzir um artigo científico. 


 

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